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the first movie that i've had to take breaks from, and not just one or two but a couple, painfully slow and not bcuz of the subject matter
Rated 3/5 Stars •
Rated 3 out of 5 stars
02/05/23
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Transe- estado alterado de consciência; também o objectivo a ser atingido pela hipnose. Um estado de consciência onde podem ocorrer diversos eventos neuro-fisiológicos (anestesia, hipermnésia, amnésia, alucinações perceptivas, hipersugestionabilidade).
Ler na quinta-metragem de Teresa Villaverde um documento realista (por vezes, perto do hiper realismo) de uma mulher em queda, arredada nas malhas da migração e prostituição europeia, é um convite ardiloso a que a própria cineasta, de certo modo, se presta. Fazê-lo, equivaleria no entanto, a não sair um milímetro de uma abordagem convencional, já vista do cinema português. Pior: seria ficar apenas com as sobras, com o ponto de partida dramático deste Transe, transformado assim em ?corpus? residual, preconceituoso, decandentista, de mais um drama cru.
Mas qual este ponto de partida de que se fala? Sónia (Ana Moreira), um jovem russa, abandona amigos e filha para partir para a Alemanha, em busca de um emprego e melhores oportunidades. Rapidamente se vê envolvida num negócio de tráfico de mulheres e prostituição em Itália. A espiral de decadência e violência em que cai parece ser uma parte escondida da Europa dos cartões postais.
Mas porque o transe também é alheamento emocional e físico, e sobretudo porque Villaverde já antes usou o sofrimento in extremis como plataforma para outras realidades dramáticas em mutação (Os Mutantes, por exemplo), lá se vislumbra a intenção. Assim, explicados estão os planos porcos, dilacerantes, injustos, de uma Europa em total oposição com o cosmopolitismo. Um local escuro, opaco, uma via sacra, como define a própria cineasta, para uma mulher, cada vez mais envolvida numa guerra. A guerra do ser humano contra o ser humano, da qual a esperança é uma palavra ausente. Dessa guerra faz ainda parte uma dimensão naturalista, de uma natureza em perda ou em desmoronamento, com as árvores que se abatem, os icebergues transformados em desertos de gelo, a neve manchada pelo sangue, sempre a partir de uma visão endeusada, traduzida nos sucessivos planos picados sobre a realidade. Como se a câmara de Teresa Villaverde fosse o olhar em vigília, capaz de não adormecer e assim não trair, nem ser traído.
Mas o que faz de Transe um drama poderoso e profundamente original é o facto de tudo jogar a favor de uma dissolução. A dor de Sara, de mulher guerreira a mulher resignada, permite o esbatimento da sua identidade. (Donde vens?; Qual é o teu nome?; Gostas desta música?; Queres dançar?, repetidos uma e outra vez).
E com essa dissolução, um superior aproveitamento cinematográfico, apagando a fronteira entre o realismo e um onirismo tão cruel. Falamos por exemplo da sequência à la Marquês de Sade, no qual Sara é mantida por um milionário fetichista, como presente para o seu filho anormal. E se tudo parece a espaços ganhar uma carga de circo itinerante de horrores, com muitas cenas chocantes e virtualmente não visionáveis, o certo é que, temos sempre o espaço de indistinção, o lugar onde Teresa Vilaverde já partiu dos sofrimentos desta terra e já efabula.
Por todos estes aspectos, Transe é um filme muito duro que traz consigo uma armadilha. Os planos muito longos, as poses das personagens, alguns diálogos tão directos, serviriam, num outro filme, adivinha-se português, o carregar de fatalismos e carmas, para os quais se vai tendo cada vez menos paciência. Mas nesta espécie de rua de sentido único para o sofrimento, a faceta instrumental perde aos pontos.
Para isto muito contribui a coisificação de Ana Moreira, aqui, drogada, vendida, algemada, violada, prostituída. Figura fetiche de Villaverde, a actriz confirma aqui ser um dos principais talentos da sua geração. Com marcado sentido de câmara e uma notável experiência, apesar dos seus 24 anos, a qual lhe permite representar em russo com a mesma convicção de sempre.
Finalmente, de Teresa Villaverde se pode dizer que continua a surpreender, fazendo com Pedro Costa, uma dupla de talento, no que toca ao cinema português contemporâneo de auto-reflexão social e respeito pelo real.
Rated 4.5/5 Stars •
Rated 4.5 out of 5 stars
01/15/23
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Une realisation qui ne s'efface jms derriere son sujet, ca gache tout ! Dommage...
Rated 2/5 Stars •
Rated 2 out of 5 stars
02/12/23
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The story of a russian immigrant forced into prostitution who, in order to survive, disconnects from the world. beautifully filmed.
Rated 5/5 Stars •
Rated 5 out of 5 stars
01/23/23
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