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O início do século XXI conduziu a uma nova geração de filmes de terror. A subtileza diminuiu substancialmente e várias franquias sangrentas emergiram, entre as quais, Saw (2004 -) foi uma das comercialmente mais bem-sucedidas. A evolução dos meios de comunicação, apesar dos benefícios que trouxeram, vulgarizaram a violência e tornaram-na parte do quotidiano. O resultado no cinema foi a ausência do terror psicológico e a glorificação do explícito. Coisa Ruim, dos realizadores portugueses Tiago Guedes e Frederico Serra debruça-se sobre um mistério que alcança uma vasta diversidade temática e retoma o foco no suspense como meio para atingir os calafrios.
A narrativa diz respeito a um casal lisboeta (Xavier e Helena Monteiro) que se muda com os seus três filhos (Sara Carinhas, Afonso Pimentel e João Santos) e um neto para uma casa que herdaram, numa pequena aldeia no interior de Portugal. Sendo pessoas da ciência, deparam-se com uma realidade completamente alheia às suas crenças. Os poucos aldeões vivem envolvidos em mitos e lendas antigas que alimentam receios. Perante o folclore que ouvem, o casal mantém-se cético (principalmente o marido), mas começam a suspeitar de estranhos eventos.
O argumento escrito por Rodrigo Guedes de Carvalho aborda uma série de matérias que dizem diretamente respeito à cultura portuguesa. Sendo um país enraizado no catolicismo, o espiritualismo e a dicotomia religião / ciência estão amplamente presentes. Ao mesmo tempo, é uma história sobre o sobrenatural e vingança. É um equilíbrio difícil de atingir e normalmente resulta em insucesso, contudo, os temas são envolvidos num enredo interessante que revela pequenas nuances, assim como alguma maturidade. O diálogo por vezes sofre de excesso de articulação, como se todo o elenco tivesse licenciatura na área das línguas e humanidades, faltou alguma autenticidade nesse aspeto.
Tecnicamente Coisa Ruim é brilhante. Desde o trabalho de câmara do diretor de fotografia Victor Estevão, que capta o ambiente sombrio e dúbio da narrativa até à direção de arte de Catarina Amaro, que cria um estilo homogéneo no cenário cena após cena, esta produção portuguesa prova que a industria cinematográfica nacional tem excelentes profissionais e merece ser exportada e admirada. No entanto, a música de Jorge C. podia ter mais preponderância. Existem momentos onde o som impõe-se, mas falha em incrementar a tensão que é estabelecida em sequências particulares.
As atuações em filmes portugueses mais recentes como o Malapata (2017) não me têm impressionado, mas aqui o elenco está focado e tanto Guedes como Serra fazem um ótimo trabalho em guiar as performances. Ao ponto de pedir mais tempo de ecrã a papéis secundários como o de Elisa Lisboa, que interpreta Dulce ou José Pinto, na pele do Padre Vicente.
A estreia dos realizadores no grande ecrã aponta para um ressurgimento do terror psicológico, o medo que se entranha na pele e não foge da memória. Não cumpre totalmente a sua missão, mas é um passo na direção certa, principalmente à escala nacional. Coisa Ruim pode não apavorar e até ter um ritmo algo inconstante, mas serve-se do interesse da sua história e perícia técnica para criar uma experiência inquietante.
7/10
Rated 3.5/5 Stars •
Rated 3.5 out of 5 stars
01/28/23
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http://criticascommedo.blogspot.pt/2014/05/coisa-ruim.html
Rated 5/5 Stars •
Rated 5 out of 5 stars
01/26/23
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Família se muda para casa recebida de herança no interior, e começa a ser assombrada por estranhas visões relacionadas ao passado do antigo dono da casa. Considerado o primeiro filme de terror feito em Portugal.
Rated 3/5 Stars •
Rated 3 out of 5 stars
02/19/23
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Portuguese atempt to make a suspense/horror movie and i really think that it deserves to be seen. Folclore, fear and religion join hands in a wonderfull and remarcable film!
Rated 5/5 Stars •
Rated 5 out of 5 stars
02/02/23
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es un simple intento de pelÃcula de miedo. no lo logra.
Rated 1.5/5 Stars •
Rated 1.5 out of 5 stars
02/26/23
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A family decides to leave behind the stress of city life and move into a huge house in the countryside that they recently inherited. And the country is a vastly different place than the city, a place where superstition runs widespread, the local priest still performs exorcisms, and there may just be a thread of truth surrounded in the strange, disturbing tales told about their new home.
The film takes its time to build mood and atmosphere. Rather than slapping you around with shock after shock or spooky encounters, the film builds its characters carefully while slowly raising the tension. It is a film where more is hinted at than demonstrated, a serious look at the possibilities of the supernatural. The storytelling is more concerned with the consequences of the supernatural tales & beliefs that the family is dealing with in a new place than it is with exposing the supernatural itself. But when the supernatural forces involved finally becomes evidently real that investment in character pays off beautifully.
The camera work is beautiful and the entire cast & characters believable through and through.
Overall, this is a subtle, slow burning tale of a haunting, set in rural Portugal with a tragic finale.
Rated 3.5/5 Stars •
Rated 3.5 out of 5 stars
01/19/23
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